5 de novembro de 2012

Meio- dia


Quando escrevi este poema, em pensamento, 
eu estava no largo da Igreja de Pindorama.
 

Meio-dia
maria da graça almeida


Tudo ocorre ao meio-dia.
O dia chega ao meio,
o sol, de luz, é bem cheio;
o trem que vem e apita;
estômago oco se agita;
o guri pega a bola,
a mochila vai à escola.
Tudo ocorre ao meio-dia.
Na igreja insiste o s
o céu, no azul, é menino;
na praça clara, deserta,
o tédio do homem, desperta;
um cão se encolhe na rua,
o sol não vislumbra a lua.
Tudo ocorre ao meio-dia.
Dias nos tons da tristeza,
dias nos sóis da alegria .
Dias de pão sobre a mesa,
dias do adeus à fartura.
Pare um dia e repare
o dia ao meio-dia,
num sol tão forte que arde,
tão longe está da manhã,
quão longe, do fim da tarde.
O dia é muito mais dia,
sem atraso, sem desconto,
quando já é meio-dia,
um dia ao meio em ponto.
 
Maria da Graça Almeida.                                     

Nenhum comentário: