28 de abril de 2013

13 de abril de 2013

Brasília



Brasília
maria da graça almeida
 
Cidade que lembra uma praia sem mar,
ou nave inerte bem rente ao chão...
Pesada é a asa que faz por alar
 o corpo insensato da corrupção
Ao tentar a busca por certo alento
que a alma saudável ou enferma, recruta,
mesmo envolvido ou com nada atento
pressinto até, plena em constrangimento,
passado  o tempo de colher boa fruta.
 
Murmúrios, cochichos, sibilos, conchavos,
segredos, conluios e a aviltação,
ofuscam, seguros, a luz e o brilho 
da crença que um dia amparou a nação.
Espero que ainda, das torpes doutrinas
vejamos Brasília trocar as cortinas,
pois ora se sabe que a roxa ganância
seja ela anciã ou ainda menina
 contrapõe-se ao tom do verde-esperança.
 
Ao nos relembrarmos da bela cidade
reportamo-nos, todos, a todo o país
que agora revela ter a identidade 
descritas por manchas de rubro matiz...
E a nave que só aprendeu a voar 
nos doces delírios presidenciais
enleou-se em tramas de agudas barreiras
e mostra que até para os feitos cabais
 a forte ambição delimita as fronteiras.