16 de maio de 2008


Em apenas um segundo
maria da graça almeida

Os segundos, apesar de infindos não se repetem,
renovam-se...a cada segundo.
Em apenas um segundo, tudo pode acontecer.
Chegamos ou partimos, ganhamos ou perdemos,
choramos ou sorrimos.
A transmutação vive à espreita para alcançar
e laçar o tempo em que se nos instalará.
Os segundos contêm o sempre, o nunca,
os encontros, os desencontros, a certeza,
a incerteza...
O júbilo e o pesar, que estão um do outro
a curtos passos, conseguem irromper,
de repente, tão-somente,
em um segundo, na modificação das trajetórias,
a desenharem novos rumos
e inusitadas histórias, que oferecem
o céu, ou que tiram o chão.
Os segundos ainda que breves, fugazes
são capazes de plantar a dor ou de colher a felicidade.
A vida neles acontece...a morte também.
Neles ocorre o princípio, acontece o final.
Em apenas um segundo pode nascer uma idéia
ou morrer um ideal.
Os segundos perpetuam-se através da saudade
e na alegria aniquilam-se pela efemeridade.