26 de outubro de 2011

Decreto de liberdade e amor



Decreto de liberdade e amor
maria da graça almeida

A livrá-lo do constrangimento,
pesar e da imposição,
meu amor, por ser imenso,
vem deixá-lo à vontade
para que encaminhe seus passos,
de acordo com a própria opção.

Em face do seu silêncio
e da minha solidão,
meu amor, por ser imenso,
aceita as sobras advindas
de um envolvimento
que talvez sobreviva
por força da minha intenção.

Meu amor, por ser imenso,
poderá manter-se recluso
para que não julgue intruso
o tom de minhas notas digitais
e ora o deixa liberto
para que se indigne diante
deste tolo decreto
que de vez expõe
a pieguice dos meus ais.

Meu amor, por ser imenso,
entende o quão difícil
é desempenhar certos papéis,
por isto não finja pressentir cheia
quando baixa estiver sua maré.
Meu amor, por ser imenso,
mudo de lamentos,
vibrará com a autenticidade
de sua fé.

Ainda que para seu conforto,
não mais proclame
este amor imenso, sólido,
insólito, intenso,
a chama viva que me habita
jamais se extinguirá.
Ah! este meu amor
sem bom senso,
desmedido, indefenso...
eternamente me acompanhará.