19 de maio de 2010

Sem rumo


Sem rumo
maria da graça almeida

Eu me perco de ti
nas noitadas sombrias,
na poesia, então, vazia,
nos versos de não te saber;
eu me perco de ti
nas madrugadas mais frias,
nas ausências doentias,
na ânsia do amanhecer.

Eu me perco de ti
nos dias ensimesmados,
nos sentires maltratados,
na vontade do prazer;
eu me perco de ti
no entardecer silente,
quando a sombra traz somente
o temor do escurecer!

Eu me perco de ti
se ansiosa inda te clamo
e de sofreres reclamo
por ternuras sem fim;
eu me perco de ti
ao me negares teu sim
e assim perdida de ti...
perco-me inteira de mim