11 de maio de 2011

De mim para mim

De mim para mim
maria da graça almeida

Esta é uma homenagem singular.
É homenagem que eu mesma me propus a prestar-me, posto que a considero justa e devida.
É homenagem do meu eu pessoa, para o meu eu mãe.
Gostaria que outras mães fizessem o mesmo, se, realmente, julgassem -se
merecedoras. Em paz eu ficaria se merecedoras todas o fossem.
Homenageio-me hoje, não movida pela comemoração convencional da data,
homenageio-me, sim, por ter sido uma mãe prudente e cumpridora dos deveres.
A calma habita minha alma...Cuidei, orientei, formei, informei. Acompanhei todas as fases da vida de minhas filhas,das mais amenas às mais conturbadas, com olhos atentos, com ouvidos aguçados.
Não descuidei de seus sentimentos, não me poupei ao envolver-me em seus sonhos, em suas frustrações e expectativas.
Mantive-me vigilante e presente, usei o Não sempre como forma de proteção, de carinho.
Dentro da minhas possibilidades, observei-lhes as necessidades físicas emocionais, respeitei-lhes as diferenças sem compará-las, sem confrontá-las, agindo com a justiça dos meus princípios morais e do meu conceito humanitário.
Não desconsiderei seus desencantos, nem desvalorizei suas conquistas.
Estive pronta para atuar em todas as situações que demandassem energia e pulso firme, assim como nas em que a delicadeza e compreensão fizeram-se prementes.
Por isso, hoje, imodesta, dou-me o direito de parabenizar-me e estendo tal felicitação às mães que, a despeito das dificuldades, dignamente, assumiram seu papel, papel este que só se aprende nos livros da intuição e na escola do amor.
Desejo-me, ainda, que, durante meu tempo de permanência junto às minhas filhas, não cometa nenhum deslize, que lhes comprometa a saúde física, mental e a felicidade, bem como o orgulho que, estou certa, elas sentem pela mãe, que bem desempenhou sua missão.
Desejo, ainda, que elas também, um dia, julguem-se no direito da auto-homenagem, pois assim, mais do que nunca, revalidarei as verdades da mensagem, a que ora me destino...