12 de janeiro de 2011

O vento

O vento
maria da graça almeida

O vento chega-me à porta,
rodopia, vai e volta.
Entra sem ser convidado,
vem sozinho, sem escolta.
Desalinha-me os cabelos,
embaralha meus papéis,
sopra sobre os travesseiros
leva ao chão os meus anéis
Incomoda meu descanso,
assobia sem balanço.
E eu lhe peço nessa hora:
- Não quer ir ventar lá fora?
E o vento assanhado
diz sorrindo, bem a gosto:
- Pra sair sou obrigado
a ventar sobre seu rosto.

maria da graça almeida

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