12 de maio de 2010

Desatinos


Desatinos
Escrito por maria da graça almeida
Ter, 14 de Julho de 2009 15:01
Desatinos
maria da graça almeida

Entre o vento e a chuva,
bailam vultos escuros.
As mãos em finas luvas
resfriam-se na leveza do cetim.
Sementes adormecidas
despertam frutos maduros.

Suspiros de um querubim
embalam mariposas sem vida,
enquanto cigarras vespertinas
sussurram versos e prosa,
entoam cantigas de roda.

Gotas de sereno benzem
vaga-lumes apagados.
Em face do esplendor das cores
e das artimanhas do Divino,
soluça a alegria de um menino,
que teve o riso aprisionado
pelos espinhos das flores.

A desviar-se do destino,
a desfaçatez de um ateu
-para compor um longo hino,
em compassos peregrinos-
empresta as notas de Deus.

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