30 de abril de 2010


Branquinha
maria da graça almeida

Sou aquosa e incolor,
finjo ser inofensiva,
trago forte o sabor
e no efeito sou ativa.

Que ameaça com alarde,
do engenho, sou a "cana".
Encorajo os covardes
e eles metem-se à bacana.

Ébria, eterna, eu barganho
o inteiro pelo meio.
Os caminhos eu estranho
e as mentes incendeio.

Sou no mundo a má semente
e do vício, o lado quente.
Sou nascida pra que aclame
quem nasceu para o vexame.

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